terça-feira, 30 de novembro de 2010

A subjetividade na Relação profissional-paciente


Existem alguns pressupostos que favorecem o exercício da profissão,tais como:
  • Meticulosidade
  • Concentração
  • Organização
  • Destreza
Todas essas características cooperam para uma técnica eficiente,e essas qualidades se hamonizam com o aporte teórico.

Na relação profissional-paciente ,estará presente não somente o aprimoramento técnico ,mas também a pessoa do cirurgião-dentista e a sua singularidade como mais um "instrumento" da prática odontológica.
No cotidiano da clínica odontológica ,o profissional está sujeito a algumas situações imprevisíveis e como o CD vai administrar,contornar os obstáculos e solucioná-los mostrará a sua subjetividade. Pois,não existe um perfil de personalidade de dentista,um tipo ,um jeito padrão de ser.E isso porque em cada momento e determinada situação , com diferentes pacientes há um jeito possível para cada profissional.
O profissional deve estabelecer com o paciente uma boa relação.É de fundamental importância o Cd estar atento para as ansiedades,o comportamento,os medos,os questionamentos,dúvidas do paciente.Isso ajudará o profissional a exercer com grande eficácia o tratamento.Caso o comportamento do paciente esteja atrapalhando por motivos mais distantes do CD,como a vivência em família deste,deve-se encaminhá-lo a um psicólogo que trabalhará juntamente com o CD.


O medo no consultório odontológico pode ser causado pelos mitos que cercam o CD,assim como existem em muitas outras profissões.Como acontece com os psicólogos em quem não se é difícil ouvir dizer " de psicólogo e de louco todo mundo tem um pouco”.Os CDs são taxados como sádicos,como vendedor de pasta de dente,mas isso é apenas, o CD tem uma importância na saúde da sociedade.O médico cura e o dentista "arranca dente" outro mito que não condiz com a realidade,CD arranca quando precisa e médicos e CDs devem sim estar ligados,porque como já foi falado o paciente não é só boca,não é só braço ele é um todo, é uma unidade biopsicossocial.

Vou postar dois vídeos feitos por uma acadêmica de odontologia,inclusive da nossa turma,Mariana De Moura Correia.Esses vídeos abordam os mitos sobre os CDs.E mostram a verdadeira odontologia.

cirurgiões-dentistas contra os mitos 1.wmv

cirurgiões-dentistas contra os mitos 2.wmv

Psicologia Aplicada à Odontologia

"A psicologia aplicada à odontologia constitui um corpo de conhecimentos teóricos e técnicos derivados da psicologia clínica da saúde e utilizado para a avaliação, controle e modificação de comportamentos de indivíduos (clientes e familiares) inseridos em contextos de tratamento odontológico (Moraes; Pessoti, 1985). Os diferentes procedimentos de intervenção psicológica podem ser aplicados a todas as áreas da odontologia, da clínica geral às especialidades, incluindo a ortodontia, a periodontia e a endodontia. Refletem uma filosofia da atenção integral à saúde do homem, em sua unidade biopsicossocial, considerando seu ambiente físico e seu meio sociocultural (Jacob, 1995; Singh, Moraes; Ambrosano, 2000).
O objetivo principal da psicologia aplicada à odontologia é interferir nas variáveis psicossociais que medeiam os processos de diagnóstico, tratamento e reabilitação em odontologia, visando a promover e manter o estado geral de saúde do indivíduo, bem como a prevenir e facilitar o enfrentamento eficiente de situações de tratamento dos transtornos bucais de usuários de sistemas de saúde. "

Embasado nesse artigo(PSICOLOGIA APLICADA À ODONTOPEDIATRIA: UMA INTRODUÇÃO ) ,revemos e reafirmamos que a visão que se deve ter de um paciente é uma visão global.O paciente possui sua identidade que o caracteriza como único,então nenhum paciente é igual ao outro e nem todo atendimento o será também.A cada visita deste uma nova realidade,que o faz ou não cooperar com o tratamento.E sempre lembrar que ele não é só uma boca,ele tem desejos,tem opinião,tem informação,tem sentimentos,ou seja,é uma unidade biopsicossocial.Uma unidade complexa e que deve-se respeitar.

Para leitura na integra do artigo: http://www.revispsi.uerj.br/v2n2/artigos/artigo5.html

Quem aplica Psicologia na Odontologia?
Psicólogos e Cirurgiões-dentistas.

Quando e por quê o CD aplicará?
O CD aplicará em todas as áreas e de forma cotidiana,inserido em sua rotina diária.Isso propiciará uma melhor relação profissional-paciente,permitindo um diagnóstico global que envolve sintomas somáticos e psicológicos que necessitam ser correlacionados e avaliados.E entender como e quais os distúrbios psicogênicos que podem agravar certas doenças e suas implicações no tratamento e no próprio paciente.

Quando e por que o psicólogo o aplicará?
Quando o CD encaminhar algum paciente ao psicólogo para um tratamento em conjunto.O psicólogo é indicado para tratar distúrbios comportamentais que interferem no corpo,pois tem sua origem emocional.

Quais são os requisitos necessários para um psicólogo atuar nesta área?
O psicólogo deverá ter noções básicas de odontologia para compreender,avaliar e tratar as queixas do paciente.


Fases de desenvolvimento da personalidade

O conceito de desenvolvimento da personalidade, segundo Freud, ocorre em sete fases: oral, anal, fálica, latência, adolescência, maturidade e velhice. Afirmando que em cada fase, a pessoa deve aprender a resolver certos problemas específicos, originados do próprio crescimento físico e da interação com o meio. A solução dos diferentes problemas, que em grande parte depende do tipo de sociedade ou cultura, resulta na passagem de uma fase para a outra e na formação do tipo peculiar de personalidade.







No decorrer das fases, o indivíduo expressa seus impulsos e suas necessidades básicas dentro de moldes que visam a continuação da cultura. As escolhas determinam os caminhos da personalidade que está sendo consolidada.











Para finalizar, ressaltamos que a personalidade é temporal, pertence a uma pessoa que nasce, vive e morre. Não há duas personalidades idênticas como não existem duas pessoas idênticas, embora muitas pessoas possuam traços em comum.





Mecanismos de defesa (continuação da teoria da psicanálise).

Mecanismos de defesa são funções protetoras para garantir a estabilidade emocional, já que na medida em que se desenvolve, o indivíduo aprende a obedecer o princípio da realidade, enquanto que o id persiste seguindo o princípio do prazer. Isto gera um conflito, que pode ser minimizado por mais de trinta mecanismos de defesa, na sua grande maioria inconscientes. Consideramos aqui alguns dos principais:

Compensação:É um mecanismo de defesa pelo qual o indivíduo, inconscientemente, procura compensar uma deficiência real ou imaginária.

Deslocamento: Através deste mecanismo, um impulso ou sentimento é inconscientemente deslocado de um objeto original para um objeto substituto, o indivíduo é protegido do sofrimento que resultaria da consciência da real origem do problema.

Fantasia: é um conjunto de idéias ou imagens mentais que procuram resolver os conflitos intrapsíquicos, através da satisfação imaginária dos impulsos.

Formação reativa: mecanismo inconsciente pelo qual atitudes, desejos e sentimentos, desenvolvidos pelo ego são antítese do que é realmente almejado pelos impulsos.

Introjeção: são tipos de identificação onde o indivíduo, inconscientemente, procura igualar-se a outro, transferindo para si mesmo vários elementos de sua personalidade.

Negação: é um dos mais simples e primitivos mecanismos de defesa, onde ocorre um bloqueio das percepções do mundo externo, para proteção contra o sofrimento.

Projeção: é o processo mental pelo qual atributos da própria pessoa, não aceitos conscientemente, são imputados a outrem, sem levar em conta os dados da realidade.

Racionalização: é uma argumentação lógica visando justificar manifestações de impulsos ou afetos inconscientes e não aceitos pelo ego.

Repressão (ou recalque): é o processo automático que mantém fora da consciência, impulsos, idéias ou sentimentos inaceitáveis, os quais não podem tornar-se conscientes através da evocação voluntária.

Sublimação: é o processo pelo qual um impulso é modificado de forma a ser expresso de conformidade com as demandas do meio.

Caracterização do ser humano

  • O mito do homem natural: O homem nasce bom,mas a sociedade o corrompe.
  • O mito do homem isolado: Supõe o homem como,originária e primitivamente,um ser isolado,não-social, que desenvolve gradualmente a necessidade de relacionar-se com outros indivíduos.
  • O mito do homem abstrato: Nessa concepção, o homem surge como um ser cujas características independem das situações de vida.O ser está isolado das situações históricas e presentes em que transcorre sua vida.O homem é o "homem em geral", e seus atributos ou propriedades são apresentados como universais.
Esses mitos que influenciaram as ciências humanas e em geral a psicologia apresentam idéias de um homem que nasce pronto.Porém o homem não pode ser concebido como ser natural,porque ele é um produto histórico ,nem pode ser estudado como ser isolado,porque ele se torna humano em função de ser social,nem ser concebido como ser abstrato,porque o home é conjunto de suas relações sociais.

Quem é o homem?
O homem é um ser sócio-histórico.
A única aptidão inata no homem é aptidão para formação de outras aptidões.
O curta Ilha das Flores fala do ser humano ,suas produções e suas relações com o outro e com o meio .Um vídeo interessante que aborda bem este tema de uma form dinâmica e interessante.



Podemos concluir que as propriedades que fazem do homem um ser particular,que fazem deste animal um ser humano,são um suporte biológico específico,o trabalho e os instrumentos,a linguagem,as relações sociais e uma subjetividade caracterizada pela consciência e identidade,pelos sentimentos e emoções e pelo inconsciente.Assim,dizemos que o humano é determinado por todos esses elementos,ou seja, ele é MULTIDETERMINADO.

Sigmund Freud e a psicanálise.


Sigmund Freud, foi um médico neurologista austríaco e judeu , fundador da psicanálise . Em seus estudos concebeu o que chamamos de enfoque psicodinâmico da personalidade, e concebeu também para a atividade psíquica uma estrutura que chamou de aparelho psíquico.








O aparelho psíquico é composto de três partes: id,ego e superego:











Id: -Constitui a porção herdada e que está ligada à constituição.

-Satisfação das necessidades básicas da criança no começo de sua vida.

-Princípio do prazer: busca do prazer e evitam a dor

Ego: - principal função de agir como intermediário entre o mundo externo e o Id.

-Princípio da realidade: é o princípio do prazer modificado pelo princípio da razão

-Possui uma função de autopreservação, pois se houvesse apenas a busca da gratificação imediata sem levar em conta consequências da total evitação do sofrimento, um indivíduo sucumbiria. Funções do ego em resumo: perceber, lembrar, pensar, planejar e decidir.

Superego - Na medida que se desnvolve, a criança internaliza normas e técnicas estabelecidas, constituindo a consciência, como é chamado o ego popularmente.

-É uma resposta automática do que é “certo” ou “errado”, que surge na pessoa diante de várias situações que exigem uma tomada de posição

-Representa uma herança sócio-cultural do indivíduo, enquanto o id representa a herança biológica.

Lembrando que as três partes da estrutura psíquica, não podem ser consideradas isoladamente no seu desenvolvimento e funcionamento. Elas são INTERDEPENDENTES! O equilíbrio é mantido com o ego forte, superego moderado e o conhecimento do id.


Teoria da personalidade: a psicanálise.

Conceitos de personalidade, temperamento e caráter.


Conceituar personalidade não é uma tarefa tã

o fácil. Se desejamos realizá-la, devemos, de início, considerar alguns itens fundamentais. Cada indivíduo tem sua história pessoal e esta é a unidade básica a ser levada em conta no estudo da personalidade. Além disso, a personalidade deve ser estudada através de dois prismas: longitudinal (sucessão de diversas fases, do passado para o presente) e transversal (comportamentos atuais e suas influências). Em resumo, temos: personalidade é a resultante psicofísica da interação da hereditariedade com o meio, manifestada através do comportamento, cujas características são peculiares a cada pessoa.
















A personalidade também é a integração dos aspectos físicos, temperamentais e caracterológicos. Relembrando que temperamento é a tendência herdada do indivíduo para reagir ao meio demaneira peculiar. Já o caráter é o conjunto de formas comportamentais mais elaboradas e determinadas pelas influências ambientais, sociais e culturais, que o indivíduo usa para adaptar-se ao meio. Ao contrário do temperamento, o caráter é predominantemente volutivo e intencional.

Para descontrair um pouco, temos:








A figura a seguir ilustra as influências no comportamento humano, em que a personalidade é um dos componentes.